A estimulação precoce e constante é altamente recomendada por todos os especialistas para as pessoas que nasceram com a síndrome de Down.
Tratamentos mais tradicionais e obrigatórios como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional são empregados logo após o nascimento, na forma de brincadeiras e incorporados na rotina da família.
Ao lado dessas terapias, as formas mais alternativas de tratamento também têm espaço e valor.
Duas das terapias alternativas mais procuradas pelas pessoas que têm algum tipo de dificuldade de aprendizao ou motora são a hipoterapia e a ioga.
Ioga.
No caso da ioga ministrada sob medida para crianças que têm necessidades especiais, uma das grandes autoridades internacionais no assunto é a brasileira Sonia Sumar.
A professora explica que a ioga é um sistema de vida e não só um hábito de academia e ela acredita que sua prática é capaz de melhorar a capacidade física e mental da pessoa, mas dá um aviso aos pais que freqüentam seus seminários, ministrados na Europa, Estados Unidos e Brasil.
Os benefícios da ioga, segundo Sonia Sumar, têm origem no princípio de que o corpo está sendo trabalhado de dentro para fora e a criança com Down, que normalmente nasce com fraqueza muscular, ou hipotonia, pode ter seu rendimento físico e mental extremamente revitalizado.
"A ioga fortalece toda a musculatura, o que vai ajudar pulmão e coração. A chave e a porta para isso é a respiração. Geralmente, as pessoas com Down respiram pela boca e, ao corrigir isso, ela passa a ter mais oxigênio no cérebro, aumentando a concentração e o desenvolvimento em geral", diz Sonia.
E com o maior orgulho, Sonia Sumar fala da filha, Roberta, a quem chama de "minha guru".
"Meu objetivo era fazer com que a Roberta se sentisse importante e que ela fosse uma pessoa que tivesse compaixão por aquelas que tinham preconceito contra ela e que não se sentisse diminuída por que tinha a síndrome de Down".
"E eu sei que, apesar de ter vivido menos de 15 anos, a Roberta tinha uma compreensão de vida que muita gente que vive 90 anos não tem. Lembro que, um dia, quando ela tinha oito ou nove anos, a Roberta disse: 'Mamãe, eu sou sua mestra'. Achei, na minha ignorância, que ela estava enganada e respondi que eu era a mestra, pois era eu quem ensinava ioga para ela desde bebê. Hoje vejo que ela tinha entendido tudo muito bem".
Hipoterapia
O fator lúdico do tratamento é um dos ingredientes do seu sucesso terapeutico. "A hipoterapia não é uma terapia tradicional. Para as crianças com síndrome de Down, elas estão sempre brincando. E o cavalo proporciona um estímulo tão intenso, tão grande, tão global que faz com que uma criança com Down tenha uma resposta muito mais rápida do que com uma terapia tradicional. Por isso é necessário ter diferentes terapeutas atuando ao mesmo tempo como fisioterapeuta, terapia ocupacional, fonoaudiólogo, psicomotricista que atuam em cima das diferentes reações provindas deste momento para que não se perca nada", explica Beatriz Marins.
Segundo Marins, a hipoterapia traz vantagens também emocionais e sociais: "O lado social ganha através da interação com vários integrantes da equipe. Quando a criança está em cima do cavalo, ela pode ver a vida de outro ângulo, ela tem poder e domínio, pois controla o animal", explica Beatriz Marins.
Beatriz Marins desenvolve uma experiência envolvendo crianças com Síndrome de Down e cavalos, este projeto está mostrando os benefícios deste tipo de estimulação. O projeto Equitar - Centro Brasileiro de Estudo, Desenvolvimento e Pesquisa da Equoterapia - usa as instalações do Clube Militar, na Tijuca, e do Jóquei Clube, na Gávea.
quinta-feira, 3 de maio de 2007
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