quarta-feira, 25 de abril de 2007
Desenvolvimento de Software Educacional para Crianças Portadoras de Síndrome de Down
Este trabalho visa demonstrar a importância da informática na educação especial, englobando assim assuntos como: inclusão digital de crianças com Síndrome de Down, desenvolvimento de suas aptidões, aprendizado, coordenação motora, manuseio com o computador, raciocínio lógico e outros aspectos essenciais na sua educação; estudo de interfaces apropriadas para criação de softwares educacionais com qualidade; ferramentas usadas na criação desse software, etc. Há uma proposta de implementação de um software educacional voltado para crianças entre 4 a 6 anos, portadoras de Síndrome de Down. Neste software serão abordadas várias atividades, com elementos lúdicos, que ensinam ou reforçam os conceitos das vogais, números de 0 a 9 e das cores básicas. O intuito desse software é atender a necessidade de fixação ou de aprendizado dos conteúdos dados em escola, através de uma ferramenta, de uma forma divertida e interativa e, ao mesmo tempo, possibilitar a alfabetização e o desenvolvimento educacional da criança portadora de Síndrome de Down.
SÍNDROME DE DOWN E A ALFABETIZAÇÃO
A síndrome de Down é a forma mais freqüente de retardo mental causada por uma aberração cromossômica. Em vez de 23 pares de cromossomos em cada célula, o portador de Síndrome de Down passa a ter 47, e não 46. Um cromossomo a mais justamente no par 21, daí esta anomalia ser conhecida como trissomia do cromossomo 21. Este cromossomo a mais é o responsável por todas as anomalias atribuídas à Síndrome. Há crianças que apresentam somente algumas das características comuns à criança com Síndrome de Down, enquanto outras exibem muitas ou todas. Além disto, o desenvolvimento mental e as habilidades intelectuais dessas crianças abrangem uma extensão entre o retardado mental severo e a inteligência próxima à normal. O desenvolvimento intelectual da criança é um processo global e harmonioso. Esse processo global da criança portadora de Síndrome de Down, acontece com retardo ao padrão da normalidade, no entanto, esta criança pode chegar a progressos consideráveis com boa estimulação do meio, facilitada por profissionais capacitados e, sobretudo, pela família com a qual convive diariamente.
Na criança Down, em geral, todo o trabalho cerebral se processa mais lentamente. A atenção é menor, ou seja, não se concentra o tempo suficiente para guardar as ordens dadas. Há uma fadiga muito rápida e com o cansaço, a energia necessária para manter a concentração, desaparece. Existe uma grande dificuldade para atividades mais prolongadas, sugerindo-se então para seu melhor desenvolvimento, uma atividade que seja encaminhada a um processo de estimulação. Para auxiliar neste processo de estimulação, de alfabetização, das tarefas pedagógicas, utiliza-se também como um meio eficiente, o computador. Através do computador, as atividades diárias dessas crianças, podem ser trabalhadas de diversas formas. A forma proposta neste trabalho é o jogo educacional.
O jogo educacional tem um papel muito importante na estimulação da criança, pois é uma forma natural da criança entrar em contato com a realidade. Além de o jogo ser uma grande fonte de prazer para a criança que o usa, ele permite que a criança libere suas energias, transforme uma realidade difícil, principalmente para as crianças especiais, estimule o interesse da criança por ser um meio inovador e outros. Ele é considerado um dos meios mais propícios na construção do conhecimento, pois para ‘cumprir’ as atividades nele proposta, a criança utiliza seu lado sensóriomotor, ou seja, trabalha com o corpo e com a mente, desenvolvendo várias habilidades importantes para sua educação como: a descoberta, identificação, observação, análise, criatividade, autoconfiança e outros aspectos que fazem com que a criança desenvolva seus conhecimentos e, ao mesmo tempo, interage com pessoas especiais ou não, exercendo assim, sua cidadania .Para o desenvolvimento deste software educacional está sendo realizada uma pesquisa na área pedagógica, onde são abordados toda a parte educacional da criança portadora de Síndrome de Down, suas facilidades e dificuldades no aprendizado, atividades curriculares, comportamento e facilidade no uso do computador, modelagem pedagógica em jogos educacionais e outras características relevantes.Segundo Kirk [12], a aprendizagem de crianças com deficiência mental deve ser instruída sistematicamente. Para facilitar esse tipo de aprendizagem, existem princípios e técnicas, tais como: deixar a criança experimentar o sucesso; oferecer ‘feedback’; reforçar respostas corretas; encontrar o nível ideal para a criança trabalhar; passar a atividade o mais lentamente possível, para facilitar a aprendizagem; proporcionar transferência positiva de conhecimento de uma situação para outra; repetir as experiências o suficiente para desenvolver a superaprendizagem; motivar a criança para um esforço maior, limitar o número de conceitos apresentados em qualquer período, organizar o assunto com dicas adequadas para chamar a atenção e outras atitudes que auxiliam na aquisição de conhecimento diário de todos. Estes princípios de aprendizagem que Kirk [12] cita são válidos para qualquer tipo de atividade, seja ela computacional, artística, experimental, etc. Para o desenvolvimento das atividades deste jogo educacional, além de considerar as características propostas por Kirk [12], existe um auxílio das professoras da APSDown, interagindo as atividades curriculares com as computacionais. Já na pesquisa tecnológica tem-se um estudo no desenvolvimento de interfaces para jogos educacionais, onde o foco principal é, por exemplo, uso de cores apropriadas para se fazer um software educacional para crianças portadoras de Síndrome de Down, disposição dos objetos e figuras na tela, meios de acesso que torne o software mais interativo e de fácil manuseio perante as crianças, ou seja, maneiras de se fazer um software educacional com qualidade e principalmente alcançando seu objetivo maior de ensinar ou reforçar os assuntos propostos para o auxílio na alfabetização destas crianças. Estão sendo estudadas, também, ferramentas e linguagens para o desenvolvimento de softwares educacionais que proporcionam uma maior interação, aprendizado e diversão para os usuários do mesmo.
SOFTWARE PROPOSTO
O software proposto é um jogo educacional para crianças de 4 a 6 anos portadoras de Síndrome de Down. Através da temática ‘Meio Ambiente’ e usando elementos lúdicos, sons, cores e todo recurso de mídia disponível, serão desenvolvidas várias atividades que abordem os números de 0 a 9, as vogais e as cores básicas. Este jogo foi definido, inicialmente, com três fases (Cores; Vogais e Cores; Números, Vogais e Cores), onde cada uma possuirá no mínimo dois níveis. Em cada fase, o nível de dificuldade aumenta conforme a diversidade das atividades propostas, porém as atividades sempre serão sobre os assuntos já citados acima, assim as crianças com a mesma idade, mas com níveis de aprendizado diferentes, poderão usufruir o jogo, reforçando estes conceitos que são extremamente importantes para o início de sua alfabetização e principalmente se integrando para a educação regular. O desenvolvimento de cada etapa do jogo está baseado nas atividades que são dadas pelos professores no processo de pré-alfabetização de uma criança, com a diferença que, no jogo, a criança estará adquirindo seu conhecimento de forma divertida e interativa, possibilitando o contato com outras crianças com ou sem Síndrome de Down e auxiliando o professor na alfabetização. Há vários tipos diferentes de atividades que serão usadas para englobar o mesmo tema de ensino. Cada atividade, dependendo da sua dificuldade, será inserida em uma fase. Para jogar, a criança poderá começar por qualquer fase, porém para terminá-la deverá passar por todos os níveis, seqüencialmente.
Fig. 1. Esquema de Tela para trabalho com vogais
Uma das atividades proposta para o jogo é um “Quebra Cabeças de Vogais”, onde se tem, por exemplo, o desenho de uma abelha dividida em duas partes e logo abaixo a palavra abelha apresentando destaque na vogal A. A criança então deve montar o quebra cabeça proposto e quando a atividade for finalizada, a abelha emite o seu som e a vogal A é destacada por meio de uma animação. Com esta atividade consegue-se trabalhar vários conceitos como: coordenação motora, raciocínio lógico, observação, relação da vogal com a ilustração da abelha, relação da figura com o seu verdadeiro som. A figura 1 mostra o esquema de tela que será utilizado para a atividade relacionada com vogais.
A figura 2 mostra o protótipo de tela de outra atividade. O objetivo desta segunda atividade é formar pares, ou seja, estimular a criança a relacionar os animais iguais e de cores iguais colocando-os juntos. Quando a combinação dos animais estiver correta, eles ‘criam vida’ e começam a se mexer, emitir som, etc. Nesta atividade cria-se a noção das cores básicas e as diferenças entre si e a distinção entre os animais, fornecendo à criança uma maior percepção visual e o raciocínio lógico.
Fig. 2. Protótipo de tela que propõe atividade com as cores, usando elementos do meio ambiente.
Com a grande aplicabilidade da tecnologia computacional na área de educação, os softwares educativos representam um marco fundamental na alfabetização. Estes softwares são as novas propostas que auxiliam os professores e os alunos, no aprendizado ou no reforço das informações. Com o propósito de colaborar educacionalmente com a criança portadora de Síndrome de Down, surgiu esta proposta de jogo educacional. Além de motivar a aprendizagem utilizando uma interface agradável e de fácil manipulação, os recursos de som, imagem e animação, seu objetivo é estimular a criança portadora a desenvolver suas aptidões, raciocínio, coordenação motora, ou seja, seu intelecto e principalmente integrá-las na sociedade. No presente momento o trabalho encontra-se em fase de prototipação. A seqüência das atividades que serão abordadas no jogo já foi estabelecida e o esquema de telas, bem como a apresentação do conteúdo estão sendo propostos e discutidos juntamente a APSDown. Pelas várias pesquisas que foram e são realizadas particularmente para crianças com Síndrome de Down e sendo a APSDown, uma instituição que está auxiliando no aspecto pedagógico envolvido neste trabalho, há grandes expectativas de alcançar o objetivo deste jogo, revolucionando o aprendizado e a inter-relação dessas crianças com todos da sociedade.
Postado por Alcione
terça-feira, 24 de abril de 2007
Jogo educacional
Está surgindo uma nova proposta para as pessoas com Síndrome de Down que é o jogo educacional. Além de motivar a aprendizagem utilizando uma interface agradável e de fácil manipulação, os recursos de som, imagem e animação, seu objetivo é estimular a criança portadora a desenvolver suas aptidões, raciocínio,coordenação motora ou seja,seu intelecto e principalmente integrá-las na sociedade.
Cleusa
Tecnologia de aprendizagem
Tecnologia de aprendizagem: Paciência e amor
Tecnologias de aprendizagem para as pessoas com síndrome de down acredito que seja muita paciência dos professores.
As pessoas cuja características são lentas na aprendizagem apenas levam mais tempo para aprender. Claro que além da paciência o professor deve ter muita atenção, carinho com o aluno, fazendo com que ele repita as atividades várias vezes, até que ele consegue entender.
Aqui está o testemunho de um rapaz espanhol, Pablo Pinedo, que foi a primeira pessoa com síndrome de Down, na Espanha, que conquistou um título universitário com alto rendimento acadêmico, segundo nos informa o amigo Roberto Leal Ocampo, Diretor Geral de Inclusion InterAmericana.
Sabemos que uma das formas de reduzir preconceitos e aumentar a visibilidade das pessoas com síndrome de Down em seus aspectos mais positivos, é exatamente escutando o que nos têm a dizer nossos amigos com essa síndrome, estejam onde estiverem, dentro de sua própria cultura de país, nessa qualidade de unicidade que é o símbolo da condição humana que todos temos, com seu modo muito próprio de se expressar. Não há nenhum ser humano absolutamente igual a outro, todos temos o nosso território especial, nossas características próprias que pessoa alguma em nenhum lugar da terra tem exatamente iguais.
Testemunho de Pablo Pinedo
Pablo nos disse que a primeira notícia que teve de que tinha a condição de ter síndrome de Down lhe veio quando tinha entre seis e sete anos. "Um professor da universidade que adotara o projeto Roma, don Miguel García Melero, no escritório do diretor me perguntou: "Você sabe que você tem síndrome de Down?" Eu inocentemente lhe disse que sim, embora não tivesse idéia do que ele queria dizer com isso. Ele notou e começou a me explicar o que estava dizendo, embora não fosse geneticista e sim pedagogo. E eu. como gosto de brincar com as pessoas e possuo agudeza mental lhe perguntei: "Don Miguel, sou um bobo?"
Por que você perguntou isso a ele?
"Não sei, é difícil responder. Talvez porque se aos seis anos associam você a uma síndrome de Down, a gente associa isso a ser bobo e aí lhe perguntei: "e vou poder continuar a estudar?" Ele me disse, "sim, certamente." Pouco tempo depois começaram as coisas que acontecem na rua; as crianças começaram a me dizer: "pobrezinho, está mal de saúde". E eu me enfurecia porque não estava doente."
Pensou que era um síndrome de Down um pouco especial?
"Exatamente. Também pensei, além de que eu era especial, que outros meninos com síndrome de Down que já conhecia tão pouco eram como os livros os descreviam. A literatura nos faz piores do que somos, e nos mantém afastados dos outros. Quanto à capacidade motora, explicam a você tudo que deveriam tratar quanto à capacidade mental. O mental sempre é vendido pior que o físico. Dizem que somos deficientes, que somos retardados, e que não há nenhuma solução, o que é o pior de tudo. As pessoas ficam com as alterações que são visíveis e associam o mental à loucura porque, anteriormente, não se fazia distinção entre deficiência mental e enfermidade mental. E, não obstante, isso se percebe de maneira errada.... De tal forma, que quando as pessoas vêem alguém que tem paralisia cerebral dizem que está louco. Deficiência é associada a loucura."
Para você era mais difícil estudar do que acontecia com outros meninos?
"Não. Aritmética e matemática são matérias de que não gosto nada; porém, isso não é algo extraordinário, nem é característico de uma pessoa com síndrome de Down."
Na verdade, sua vida deve ser difícil porque você precisa ser um bom guerreiro para conseguir levá-la.
"Sim, de certo que é duro, mais do que tudo porque você sempre tem de demonstrar que pode fazer isso ou aquilo."
Nota: É importante a forma pela qual Pablo, a partir de sua experiência, convida os especialistas em educação a desenvolver programas de Educação Inclusiva. Porém, diz que se revolta contra isso.
Seu próximo desafio, poderia ser encontrar uma garota que lhe conviesse?
"Sim, porém, beijar-nos já seria um escândalo público. Imagine só. as pessoas ficariam escandalizadas, iriam buscar um guarda, armariam um barraco. Isso me dá medo. Há cerca de dois anos, estava sozinho na praia falando pelo celular e não se passaram cinco minutos eu já tinha um guarda civil ao meu lado. " Você está sentindo alguma coisa? "Nada." "É que uma pessoa me disse que você estava perdido." Imagine você, isso por estar falando pelo celular. Se estiver beijando uma garota, não é que viria um guarda, virão cinco."
Depois de conseguir um diploma em magistério na universidade, agora Pablo está se licenciando em psicopedagogia: "É um pouco mais difícil, mais abstrato, sobretudo a parte dos psicólogos, como Piaget. Espero terminar este curso e será então aí que estarei oficialmente licenciado. É meu destino querer ir por aí aconselhando e orientando. Agora, o diretor da área de bem estar social incluiu-me num projeto da União Européia, que visa fomentar o emprego apoiado e para o qual é preciso fazer um trabalho de sensibilização muito importante; vou visitar empresas com essa finalidade. Querem criar uma rede de empresas solidárias onde pessoas deficientes possam trabalhar. Neste trabalho estou com uma equipe eminentemente feminina com Inês, Maria, Lola e outros dois garotos, Dani e Andrés. Trata-se de um apoio psicopedagógico e estou contente, isto faz com que me sinta útil."
http://www.bengalalegal.com/nossagente.php
Cleusa
Pessoas com Síndrome de Down trabalhando
Vejam como as pessoas com Síndrome de Down já estão tendo oportunidades de trabalho:
Portadores da síndrome de down que são alunos da associação de pais e amigos excepcionais (APAE) ganharam mais uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. A instituição, em parceria com a universidade de Brasília (UNB), está iniciando
um projeto de inclusão profissional para esses jovens.
“nós esperamos que esse projeto renda frutos satisfatórios, e que outras instituições sigam o nosso exemplo”, afirmou Maria José Moreira, diretora da biblioteca da UNB.
No começo desta semana, a APAE e a UNB firmaram convênio para um projeto que ensina aos jovens excepcionais o trabalho de higienização e conservação de parte do acervo da biblioteca da universidade.
Os alunos passarão por um processo de seleção em que psicólogos vão analisar as habilidades para esse trabalho específico. O curso para a primeira turma, com 16 alunos, teve duração de 60 horas. Agora, eles estão colocando em prática o que aprenderam. Durante seis meses, profissionais ligados ao projeto farão a análise dos resultados, para definir se o trabalho terá continuidade.
De acordo com Maria José Moreira, depois de aprender a higienização e conservação dos livros, os alunos irão passar por outro treinamento, o de restauração, "que deverá ocupar um segundo momento, uma vez que o processo de aprendizagem é mais lento para os portadores da síndrome de down, e esse trabalho exige mais cuidados", explicou.
As aulas de restauração e conservação dos livros serão dadas por técnicos do centro de do*****entação da UNB.
Bibliografia:
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Professores...sem preconceito...
Capacitação dos professores – sem preconceitos
Para lidar com a inclusão de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (PNEEs), é preciso abandonar a idéia equivocada de que o professor tem que se preparar para atender alunos com deficiência.A fonoaudióloga Carmem Minuzzi, coordenadora do núcleo terapêutico da Fundação Síndrome de Down, explica que o professor não precisa ser um especialista para lidar com a síndrome de Down. O que é preciso é ter um olhar diferenciado para avaliar essa criança e trabalhar com ela, identificando suas potencialidades e habilidades. “As escolas de hoje são muito conteudistas. É preciso mudar a forma de ensinar para mudar as formas de aprender. É preconceito achar que todos aprendem igual. Existem diferentes formas de promover o desenvolvimento da criança”, diz ela.
Segundo Maria Tereza Matoan não existem métodos de ensino especiais para se ensinar os conteúdos curriculares para esses alunos. “O professor não tem que aprender como ensinar matemática para alunos com deficiência. Ele tem de se preparar para atender a todas as crianças. O ensino escolar vai mal porque a escola continua repetindo no século XXI o que foi a escola do século XVIII",
É entender e aceitar que cada criança tem um ritmo, tendo ela uma necessidade especial ou não.
Apesar das dificuldades, entretanto, a convivência com outras crianças é fundamental, porque isso permite à criança ter o referencial do outro.
Política de Inclusão
Crianças com necessidades especiais – a escola lidando com a diversidade A política de inclusão de crianças nas escolas regulares brasileiras completa dez anos em 2006. Dados da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (Seesp/MEC) informam que o número de matrículas no ensino especial aumentou de 566.753 em 2004 para 639.259 este ano. Apesar disso ainda são grandes os desafios das escolas regulares, públicas ou privadas que trabalham com crianças com necessidades especiais. Os problemas vão desde as barreiras arquitetônicas, até a necessidade de uma mudança efetiva para que se chegue a uma escola realmente inclusiva, que garanta o atendimento à diversidade das crianças. Não se pode perder de vista ainda que a determinação legal afetou padrões construídos durante décadas no espaço educacional. “Promover uma inclusão efetiva coube e está cabendo a cada professor, a cada escola”, acredita a educadora Tânia Regina Laurindo, coordenadora pedagógica de uma escola privada da cidade de Campinas, interior de São Paulo, que tem vários alunos com necessidades especiais matriculados em suas classes regulares.
A política de educação inclusiva, no Brasil, está embasada na Declaração de Salamanca, elaborada pela Conferência Mundial de Educação Especial que ocorreu em 1994. A Declaração afirma que as escolas regulares com orientação inclusiva são os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias. A coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade (Leped), da Faculdade de Educação da Unicamp, Maria Tereza Eglér Matoan confirma que o melhor atendimento escolar para pessoas com deficiência, como também para qualquer outra criança, é mesmo a escola regular. “O complemento oferecido pela educação especializada não diz respeito ao ensino de conteúdos curriculares da escola comum: alfabetização, matemática, ciências etc., mas ao ensino de recursos, linguagem, uso de equipamentos, códigos que sirvam para os alunos enfrentarem as barreiras que suas deficiências impõem à aprendizagem nas salas de aula das escolas comuns: código braille, Língua Brasileira de Sinais (Libras), língua portuguesa como segunda língua para surdos etc.”, explica.
terça-feira, 17 de abril de 2007
Um pouco de Biologia
A Síndrome de Down é caracterizada geneticamente pela trissomia do cromossomo 21.
Este cromossomo extra provém de um erro na divisão do material genético no início da formação do bebê. Este erro na divisão é o suficiente para modificar definitivamente o desenvolvimento embrionário do bebê. A forma genética da trissomia não tem valor no prognóstico, nem determina o aspecto físico mais ou menos pronunciado, nem uma maior ou menor eficiência intelectual. É importante ter claro que não existem graus de Síndrome de Down e que as diferenças de desenvolvimento decorrem das características individuais (herança genética, educação, meio ambiente etc.)
Durante a anáfase I, tanto da espermatogênese quanto da ovulogênese, um acontecimento regular é a separação dos homólogos que constituem os cromossomos bivalentes, e sua subseqüente migração para pólos opostos do fuso (disjunção).
Porém, se um cromossomo bivalente não sofrer disjunção, os dois homólogos que o constituem migraram para um mesmo pólo, o que originará duas células aneuplóides. Consequentemente, uma delas ficará desprovida de um dos cromossomos, enquanto a outra apresentará um par de homólogos.
O interesse em reconhecer e diferenciar o erro cromossômico, responsável pelo nascimento do bebê é preventivo. Ele permite saber se o acidente pode ocorrer em outra gestação ou se ele pode ou não ocorrer em familiares, irmãos ou irmãs da criança.
Na maioria das vezes, a trissomia resulta de um acidente na divisão celular que não se repetirá. Em cerca de 95% dos casos a pessoa com Síndrome de Down apresenta 47 cromossomos em todas as suas células. Essa é a chamada trissomia 21 simples ou padrão.
Cerca de 2% das pessoas com Síndrome de Down apresentam uma mistura de células normais (46 cromossomos) e de células trissômicas (47 cromossomos). Esta condição é denominada "mosaicismo" e é considerada como o resultado de um erro em uma das primeiras divisões celulares.
Os outros 3% das pessoas com Síndrome de Down apresentam o material cromossômico disposto de forma diferente, isto é, o cromossomo 21 extra encontra-se aderido a um outro cromossomo, geralmente o 14. Este fenômeno recebe o nome de "translocação". É importante descobrir se uma criança tem Síndrome de Down por translocação, pois em aproximadamente um terço dos casos um dos pais é "portador'. Embora este pai e esta mãe sejam perfeitamente normais tanto física quanto mentalmente, pode haver um risco maior de terem filhos com Síndrome de Down. Estes pais necessitam de um aconselhamento genético específico.
Fontes: RÚBIA BARBOSA BARROSO e material do curso.
Postado por Alcione Ethur - Grupo 4
Na educação ( Cleusa)
Deve ser educada e disciplinada como qualquer outra criança. Os pais devem ensinar-lhe os limites, não permitindo que ela faça tudo o que quiser. Será necessário maior cuidado e atenção, pois a criança demorará mais para aprender as coisas. Devido à agitação e à dificuldade de compreensão é necessário maior firmeza na educação. Embora seja necessário ter maior firmeza e tolerância é importante não cercar a pessoa com Síndrome de Down de cuidados excessivos ou muita proteção. Apesar de ter algumas limitações, ela não deve tornar-se o centro da família, deve ser uma parte dela, como as outras pessoas.
Qual a escola mais adequada?
Na fase da pré-escola, pode haver adaptação das crianças em uma escola regular, que utiliza brincadeiras e exercícios físicos para ensina-las. No ensino fundamental, as limitações intelectuais geram dificuldades para a criança acompanhar uma sala regular na escola. Apesar disso, a tendência atual é de praticar a inclusão, que significa mantê-la no ensino regular, procurando atender suas necessidades especiais sem afasta-la do convívio com crianças sem dificuldades.
À medida que a pessoa se desenvolve pode haver necessidade de adaptação e apoio na escolarização.
Como é a escolarização e a inclusão?
Pessoas com Síndrome de Down tende a precisar de elementos explícitos para compreender as mudanças que ocorrem num ambiente. A pecepção daquilo que acontece muitas vezes restringe-se a alguns elementos da realidade e o pensamento abstrato pode ser insuficiente para compreender porque o mundo deve ser modificado. Para contornar essas dificuldades é importante manter a consistência nas rotinas da pessoa e quando houver necessidade de mudanças, preparar a pessoa para a transição de uma situação para outra.
A consistência é facilitadora e confortável, para pessoas com Síndrome de Down, pois em geral, é difícil integrar e generalizar as informações; a consistência também ajuda a aprender as atitudes adequadas e compreender regras de funcionamento de um ambiente.
Quando a pessoa inicia o processo de sociabilização e socialização a repetição dos comportamentos sociais adequados facilitará o desenvolvimento, por exemplo, comportamento de cumprimento e despedida do dia-a-dia são oportunidades de repetição que levam à prática de habilidades sociais e mostram a expectativa existente quanto a comportamento e linguagem.
Pessoas com Síndrome de Down aprendem a ler e a escrever?
Até a poucos anos, acreditava-se que as pessoas com Síndrome de Down não pudessem ser alfabetizadas. A abertura de oportunidades e a utilização de técnicas adequadas de ensino mostraram que a possibilidade existe e deve ser explorada. Em propostas filosóficas educacionais mais construtivistas, em que se espera que o (a) estudante tenha autonomia e estabeleça relações rápidas e consistentes, a pessoa com Síndromen de Down necessita de caminhos e apoio na organização das informações. O professor e a família cpode contribuir com sistematizações e repetições das atividades. Material extra e organização dos conhecimentos podem favorecer muito neste processo. Pessoas com Síndromen de Down podem aprender a ler e escrever.
A limitação cognitiva presente na Síndrome de Down, em grau que varia de pessoa para pessoa, altera o ritmo de aprendizagem, o processo de informação e também a memória visual, a memória auditiva, a atenção e a motivação. Essas alterações tornam a aprendizagem diferente, muitas vezes mais lenta, mas não impossível.
Como deve ser a Educação Sexual?
Aos poucos, de acordo com a curiosidade e com a capacidade de compreensão da pessoa. Os pais terão oportunidade de explicar como nosso corpo funciona e as diferenças entre homens e mulheres e também os diversos tipos de relacionamentos existentes entre as pessoas como amizade, namoro e casamento.
Os pais devem também fornecer informações que ajudem a pessoa a lidar com determinadas situações, como por exemplo, preparar a menina, para a primeira menstruação. A educação sexual não é feita num único dia. Desde pequena a criança tem curiosidade por tudo que a cerca, e o sexo também desperta sua atenção. Isso para ela é tão natural como qualquer outra coisa. Essa naturalidade continuará se os pais conversarem espontaneamente sobre a sexualidade com ela.
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Alguns Cuidados...
As crianças com síndrome de Down necessitam do mesmo tipo de cuidado clínico que qualquer outra criança. Contudo, há situações que exigem alguma atenção especial.
Oitenta a noventa por cento das crianças com síndrome de Down têm deficiências de audição. Avaliações audiológicas precoces e exames de seguimento são indicados.- Trinta a quarenta por cento destas crianças têm alguma doença congênita do coração. Muitas destas crianças terão que se submeter a uma cirurgia cardíaca e, freqüentemente precisarão dos cuidados de um cardiologista pediátrico por longo prazo.
- Anormalidades intestinais também acontecem com uma freqüência maior em crianças com síndrome de Down. Por exemplo, estenose ou atresia do duodeno, imperfuração anal e doença de Hirschsprung. Estas crianças também podem necessitar de correção cirúrgica imediata destes problemas.
- Crianças com síndrome de Down freqüentemente têm mais problemas oculares que outras crianças. Por exemplo, três por cento destas crianças têm catarata. Elas precisam ser tratadas cirurgicamente. Problemas oculares como estrabismo, miopia, e outras condições são freqüentemente observadas em crianças com síndrome de Down.
- Outra preocupação relaciona-se aos aspectos nutricionais. Algumas crianças, especialmente as com doença cardíaca severa, têm dificuldade constante em ganhar peso. Por outro lado, obesidade é freqüentemente vista durante a adolescência. Estas condições podem ser prevenidas pelo aconselhamento nutricional apropriado e orientação dietética preventiva.
- Deficiências de hormônios tireoideanos são mais comuns em crianças com síndrome de Down do que em crianças normais. Entre 15 e 20 por cento das crianças com a síndrome têm hipotireoidismo. É importante identificar as crianças com síndrome de Down que têm problemas de tireóide, uma vez que o hipotireoidismo pode comprometer o funcionamento normal do sistema nervoso central.
- Problemas ortopédicos também são vistos com uma freqüência mais alta em crianças com síndrome de Down. Entre eles incluem-se a subluxação da rótula (deslocamento incompleto ou parcial), luxação de quadril e instabilidade de atlanto-axial. Esta última condição acontece quando os dois primeiros ossos do pescoço não são bem alinhados devido à presença de frouxidão dos ligamentos. Aproximadamente 15% das pessoas com síndrome de Down têm instabilidade atlanto-axial. Porém, a maioria destes indivíduos não tem nenhum sintoma, e só 1 a 2 por cento de indivíduos com esta síndrome têm um problema de pescoço sério o suficiente para requerer intervenção cirúrgica.
- Outros aspectos médicos importantes na síndrome de Down incluem problemas imunológicos, leucemia, doença de Alzheimer, convulsões, apnéia do sono e problemas de pele. Todos estes podem requerer a atenção de especialistas.
Algumas características...
Algumas das características físicas das crianças com síndrome de Down são:
- achatamento da parte de trás da cabeça,
- inclinação das fendas palpebrais,
- pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos,
- língua proeminente,
- ponte nasal achatada,
- orelhasligeiramente menores,
- boca pequena,
- tônus muscular diminuído,
- ligamentos soltos,
- mãos e pés pequenos,
- pele na nuca em excesso.
Aproximadamente cinqüenta por cento de todas as crianças com a síndrome têm uma linha que cruza a palma das mãos (linha simiesca), e há, freqüentemente, um espaço aumentado entre o primeiro e segundo dedos do pé. Freqüentemente estas crianças apresentam mal-formações congênitas maiores.
As principais são as do coração (30-40% em alguns estudos), especialmente canal atrioventricular, e as mal-formações do trato gastrointestinal, como estenose ou atresia do duodeno, imperfuração anal, e doença de Hirschsprung.
Alguns tipos de leucemia e a reação leucemóide têm incidência aumentada na síndrome de Down. Estimativas do risco relativo de leucemia têm variado de 10 a 20 vezes maior do que na população normal; em especial a leucemia megacariocítica aguda ocorre 200 a 400 vezes mais nas pessoas com síndrome de Down do que na população cromossomicamente normal. Reações leucemóides transitórias têm sido relatadas repetidamente no período neonatal.
Entre oitenta e noventa por cento das pessoas com síndrome de Down têm algum tipo de perda auditiva, geralmente do tipo de condução. Pacientes com síndrome de Down desenvolvem as características neuropatológicas da doença de Alzheimer em uma idade muito mais precoce do que indivíduos com Alzheimer e sem a trissomia do 21.
Deyah Abreu
As suas, quais são? Para que são?
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Deyah Abreu