terça-feira, 24 de abril de 2007

Tecnologia de aprendizagem

Tecnologia de aprendizagem: Paciência e amor

Tecnologias de aprendizagem para as pessoas com síndrome de down acredito que seja muita paciência dos professores.

As pessoas cuja características são lentas na aprendizagem apenas levam mais tempo para aprender. Claro que além da paciência o professor deve ter muita atenção, carinho com o aluno, fazendo com que ele repita as atividades várias vezes, até que ele consegue entender.

Aqui está o testemunho de um rapaz espanhol, Pablo Pinedo, que foi a primeira pessoa com síndrome de Down, na Espanha, que conquistou um título universitário com alto rendimento acadêmico, segundo nos informa o amigo Roberto Leal Ocampo, Diretor Geral de Inclusion InterAmericana.

Sabemos que uma das formas de reduzir preconceitos e aumentar a visibilidade das pessoas com síndrome de Down em seus aspectos mais positivos, é exatamente escutando o que nos têm a dizer nossos amigos com essa síndrome, estejam onde estiverem, dentro de sua própria cultura de país, nessa qualidade de unicidade que é o símbolo da condição humana que todos temos, com seu modo muito próprio de se expressar. Não há nenhum ser humano absolutamente igual a outro, todos temos o nosso território especial, nossas características próprias que pessoa alguma em nenhum lugar da terra tem exatamente iguais.

Testemunho de Pablo Pinedo

Pablo nos disse que a primeira notícia que teve de que tinha a condição de ter síndrome de Down lhe veio quando tinha entre seis e sete anos. "Um professor da universidade que adotara o projeto Roma, don Miguel García Melero, no escritório do diretor me perguntou: "Você sabe que você tem síndrome de Down?" Eu inocentemente lhe disse que sim, embora não tivesse idéia do que ele queria dizer com isso. Ele notou e começou a me explicar o que estava dizendo, embora não fosse geneticista e sim pedagogo. E eu. como gosto de brincar com as pessoas e possuo agudeza mental lhe perguntei: "Don Miguel, sou um bobo?"

Por que você perguntou isso a ele?

"Não sei, é difícil responder. Talvez porque se aos seis anos associam você a uma síndrome de Down, a gente associa isso a ser bobo e aí lhe perguntei: "e vou poder continuar a estudar?" Ele me disse, "sim, certamente." Pouco tempo depois começaram as coisas que acontecem na rua; as crianças começaram a me dizer: "pobrezinho, está mal de saúde". E eu me enfurecia porque não estava doente."

Pensou que era um síndrome de Down um pouco especial?

"Exatamente. Também pensei, além de que eu era especial, que outros meninos com síndrome de Down que já conhecia tão pouco eram como os livros os descreviam. A literatura nos faz piores do que somos, e nos mantém afastados dos outros. Quanto à capacidade motora, explicam a você tudo que deveriam tratar quanto à capacidade mental. O mental sempre é vendido pior que o físico. Dizem que somos deficientes, que somos retardados, e que não há nenhuma solução, o que é o pior de tudo. As pessoas ficam com as alterações que são visíveis e associam o mental à loucura porque, anteriormente, não se fazia distinção entre deficiência mental e enfermidade mental. E, não obstante, isso se percebe de maneira errada.... De tal forma, que quando as pessoas vêem alguém que tem paralisia cerebral dizem que está louco. Deficiência é associada a loucura."

Para você era mais difícil estudar do que acontecia com outros meninos?

"Não. Aritmética e matemática são matérias de que não gosto nada; porém, isso não é algo extraordinário, nem é característico de uma pessoa com síndrome de Down."

Na verdade, sua vida deve ser difícil porque você precisa ser um bom guerreiro para conseguir levá-la.

"Sim, de certo que é duro, mais do que tudo porque você sempre tem de demonstrar que pode fazer isso ou aquilo."
Nota: É importante a forma pela qual Pablo, a partir de sua experiência, convida os especialistas em educação a desenvolver programas de Educação Inclusiva. Porém, diz que se revolta contra isso.

Seu próximo desafio, poderia ser encontrar uma garota que lhe conviesse?

"Sim, porém, beijar-nos já seria um escândalo público. Imagine só. as pessoas ficariam escandalizadas, iriam buscar um guarda, armariam um barraco. Isso me dá medo. Há cerca de dois anos, estava sozinho na praia falando pelo celular e não se passaram cinco minutos eu já tinha um guarda civil ao meu lado. " Você está sentindo alguma coisa? "Nada." "É que uma pessoa me disse que você estava perdido." Imagine você, isso por estar falando pelo celular. Se estiver beijando uma garota, não é que viria um guarda, virão cinco."

Depois de conseguir um diploma em magistério na universidade, agora Pablo está se licenciando em psicopedagogia: "É um pouco mais difícil, mais abstrato, sobretudo a parte dos psicólogos, como Piaget. Espero terminar este curso e será então aí que estarei oficialmente licenciado. É meu destino querer ir por aí aconselhando e orientando. Agora, o diretor da área de bem estar social incluiu-me num projeto da União Européia, que visa fomentar o emprego apoiado e para o qual é preciso fazer um trabalho de sensibilização muito importante; vou visitar empresas com essa finalidade. Querem criar uma rede de empresas solidárias onde pessoas deficientes possam trabalhar. Neste trabalho estou com uma equipe eminentemente feminina com Inês, Maria, Lola e outros dois garotos, Dani e Andrés. Trata-se de um apoio psicopedagógico e estou contente, isto faz com que me sinta útil."

Bibliografia:

http://www.bengalalegal.com/nossagente.php

Cleusa

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